Clube da Luta
Escrito por Chuck Palahniuk em 1996, o livro Clube da Luta foi um grande sucesso de crítica, tendo vencido os prêmios Pacific Northwest Booksellers Award e o Oregon Book Award de melhor livro do ano nos EUA. Tanto sucesso motivou o estúdio Fox a comprar os direitos para fazer um filme, e em 1999 foi lançado o longa-metragem dirigido por David Fincher e estrelado por Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter. Curiosamente o filme foi um fracasso de bilheteria, e só atingiu o status de "cult " anos depois com o lançamento do DVD.




Resumindo a análise, o filme é uma grande obra porque se parece muito com o livro. Apesar das pequenas diferenças, que não comprometem de forma alguma o longa, David Fincher conseguiu com maestria traduzir Chuck Palahniuk para o cinema. A preservação do tom característico do escritor fez com que o filme chocasse Holiwood e o grande público, mas chocasse divertindo, com uma crítica inteligente à sociedade, e transformou Clube da Luta em um verdadeiro clássico.
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O Poderoso Chefão
Lançado em 1969 o livro The Godfather (O Poderoso Chefão), alçou ao estrelato o escritor ítalo-americano Mario Puzo. A obra revolucionou a indústria literária americana por ser o primeiro romance a abordar a Cosa Nostra, máfia siciliana. Apenas três anos após o lançamento do livro foi criado o primeiro filme da trilogia, dirigido por Francis Ford Coppola.
Primeiramente é bom salientar que apenas os dois primeiros filmes da franquia foram baseados no livro, o terceiro filme apesar de ser uma continuação possui uma história que não existe no romance. Coppola decidiu dividir o livro em dois filmes, lançados em 1972 e 1974, sendo que Poderoso Chefão Parte III só foi lançado em 1990, pois não estava nos planos iniciais do estúdio.

Apesar da grande fidelidade ao livro, o primeiro filme cortou alguns capítulos do romance que abordavam a vida do cantor Jhony Fontane em Hollywood e de Lucy Mancini em Las Vegas. A meu ver essa foi uma decisão acertada do filme, pois além de serem capítulos um tanto quanto desinteressantes, fogem do tema central da história que é a máfia.
No entanto, o tema central, a máfia siciliana, é melhor abordado no livro. No romance se explica melhor a estrutura hierárquica da máfia e como ela funciona. Termos como Padrinho, Don, Capo Regime, Soldado e Omertà são mais bem explicados no livro. Enquanto que os filmes escolheram abordar mais o desenvolvimento do protagonista Michael Corleone. Tal escolha de priorizar o personagem se deve muito as diferenças de linguagem entre as duas mídias. Devido ao livro ter mais espaço para descrições é possível detalhar melhor a máfia, o filme por outro lado tem de condensar mais a história.

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Dexter
Primeiramente é bom dizer que a ideia dos artigos “Filme x Livro” não é dizer qual dos dois é melhor, até porque são mídias totalmente diferentes. Mas sim mostrar quais são as principais diferenças entre um e outro e também quais são os pontos positivos e negativos de cada um. Dito isto, vamos ao artigo!
Escrito por Jeff Lindsay, o primeiro livro de Dexter, Darkly Dreaming Dexter, foi lançado em 2004 nos EUA. O sucesso foi tão grande que logo no ano seguinte foi lançado o segundo volume, Dearly Devoted Dexter. O sucesso dos livros motivou o canal americano Showtime a produzir em 2006 a série de TV.
A primeira temporada da série foi bem fiel ao livro, contando inclusive com passagens quase que idênticas. As únicas diferenças são alguns personagens que morrem no livro e não na série e vice e versa. Tirando isso a série foi extremamente fiel ao material original.
É a partir da 2° temporada do programa de TV que livro e série começam a tomar caminhos distintos. Se a 1° temporada foi praticamente idêntica à obra literária, a 2° apresentou uma história totalmente diferente do 2° livro, tendo como única semelhança à caçada de Doakes ao protagonista. Porém o desfecho da história e a trama foram bem distintos.

No entanto, o fato do autor quase que deixar de lado os coadjuvantes nos livros faz com que o foco em Dexter seja muito maior que na série. Por isso muitos fãs, incluindo eu, acham que o Dexter da literatura é mais interessante que o da TV. Nos livros você sempre sabe o que está se passando pela cabeça do personagem, devido à narração em 1° pessoa. Dexter sempre está em contato com o seu “Passageiro das Trevas”, que infelizmente foi deixado de lado na série ao longo das temporadas. Outra diferença é que o Dexter dos livros é muito mais obscuro que o da TV, que vai se tornando mais humano no decorrer da série. O protagonista nos livros se torna um pouco mais sensível com o tempo, porém não chega propriamente a sentir um afeto pelos outros (tem certo carinho pela família, mas nada como na série), muito menos se apaixona como o Dexter da série.
Porém, como dito anteriormente, esse foco que enriquece o personagem nos livros, atrapalha o desenvolvimento dos outros personagens, inclusive dos vilões. Esse é um ponto que em minha opinião a série é melhor que os livros. Os vilões da TV são bem mais interessantes. Na obra literária os vilões não são muito trabalhados, além de não serem muito interessantes, salvo algumas exceções. As motivações dos antagonistas na série são muito mais desenvolvidas e criativas, a história do personagem Trinity, por exemplo, é sensacional, tornando a 4° temporada uma das melhores de toda a série.
Apesar de trabalhar melhor os coadjuvantes e vilões, a série cometeu em minha opinião o grande pecado de ter matado precocemente um dos melhores personagens, o irmão de Dexter, Brian Moser. Se na série Brian foi apenas o vilão da 1° temporada, nos livros ele desempenha papel importante ao longo da saga. Voltando no 5° livro e ajudando bastante Dexter, seja nas suas empreitadas assassinas, seja na busca pelo seu autoconhecimento.

Por fim, outra diferença importante entre livro e série é a questão dos personagens que existem somente em uma das duas mídias. Como falado anteriormente, com exceção da primeira temporada da série, as histórias são bem diferentes, e devido a essa diferença foi inevitável que surgissem personagens distintos. Na série, por exemplo, devido à decisão dos roteiristas de contar mais a história dos coadjuvantes, existem mais personagens secundários do que nos livros. No entanto, existem personagens exclusivos dos livros.
Apesar das diferenças, alguns personagens diferentes cumprem o mesmo papel na história. Se na série o grande envolvimento amoroso de Debra é o policial Quinn, nos livros o “papel de companheiro” da irmã de Dexter fica com o também policial Chutsky. Outro caso semelhante é o filho de Dexter, que na série é um menino, Harry, e nos livros uma menina, Lilly Ann.

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