Baseado nos quadrinhos da Marvel, Doutor Estranho, conta a
história de um bem-sucedido e arrogante cirurgião, Stephen Strange, que após
perder parte dos movimentos das mãos em um acidente de carro fica
impossibilitado de exercer a sua profissão. Desiludido com a sua condição,
Stephen Strange parte em uma jornada mística para o que aparenta ser um templo
budista no Nepal onde espera recuperar totalmente o movimento das suas
talentosas mãos. No entanto, ao começar o seu treinamento no templo, Strange,
passa a ter contato com um mundo fantástico de magia e outras dimensões, e
acaba se tornando um mago que tem como missão proteger a terra de ameaças de
outros mundos.
Em termos de estrutura narrativa, o filme repete a velha
fórmula da Marvel, com uma história de origem pouco original, a ação bem
executada e as tradicionais “piadinhas” de alívio cômico. No entanto, Doutor
Estranho, se diferencia da maioria dos filmes da Marvel por 2 motivos, pela
temática mais mística, e pelo visual deslumbrante. Apesar dos filmes da Marvel serem bem fantasiosos, nenhum
deles se compara a Doutor Estranho. Enquanto a maioria dos heróis desse
universo tem uma origem apoiada pela ciência, Doutor Estranho é pura magia e
misticismo. Quanto ao visual, esse é o grande mérito do filme. Com efeitos
especiais muito bons, o filme impressiona muito nesse quesito. Há algumas
sequências de cidades e prédios sendo dobradas e retorcidas que lembra muito A
Origem, só que desta vez em uma escala muito maior. Além disso, o visual
psicodélico e os efeitos especiais das magias também são muito bem feitos e
garantem um espetáculo visual.
Quanto ao roteiro em si, apesar de ser mais do mesmo que a
Marvel já vem fazendo, esse “mais do mesmo” é muito bem executado e garante uma
boa diversão para quem assiste o filme apenas em busca de diversão e nada
mais. Tirando o personagem principal a
maioria do núcleo de apoio não é bem desenvolvido. Falta profundidade para a
maioria dos personagens que acabam ficando muito rasos. As exceções, além de
Stephen Strange, são a Anciã, interpretada muito bem pela ótima Tilda Swinton e
Karl Mordo vivido por Chiwetel Ejiofor (12 anos de Escravisão), esses
personagens tem um bom arco dramático e a atuação de ambos está muito boa.
De resto, o que vemos é um verdadeiro desperdício de bons
talentos com personagens fracos e que só estão ali para dar um apoio. É o caso
dos excelentes Mads Mikkelsen (A Caça) e Rachel MacAdams (True Detective), que
apesar de serem grandes atores tem a sua atuação fortemente limitada por papeis
fracos e unidimensionais. Mikkelsen interpreta o vilão do filme, Kaecilius, que
a exemplo da maioria dos vilões da Marvel e desinteressante e mal desenvolvido.
Enquanto que MacAdams interpreta a Doutora Cristine Palmer, que claramente só
está no filme para ser o par romântico do Doutor Estranho, nada mais que isso.
Resumindo, Doutor Estranho é um filme bem divertido e com
uma estética visual muito bem elaborada, tem um bom elenco, mas nem todos são
aproveitados de forma satisfatória. Resta a curiosidade de saber como esse
personagem mais diferente vai ser inserido no universo compartilhado da Marvel,
as cenas pós-crédito já dão um bom indício de como vai ser.
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