A exemplo de Batman: Cavaleiro das Trevas, Watchmen,
Deadpool e Capitão América: Soldado Invernal, Logan transcende o gênero de
filme de super-herói. O longa funciona muito bem também como um road movie, e
principalmente como um drama.
Dirigido por James Mangold, o filme é a despedida de Hugh
Jackman do papel que o consagrou em Hollywood. A história se passa em 2024,
onde um Logan mais velho, debilitado fisicamente e amargurado pelo passado,
vive na surdina depois da quase extinção dos mutantes. Ele acaba se tornando um
motorista de limusine para se sustentar e também ao Professor Xavier, que se
tornou um velho doente e que não consegue mais controlar os seus poderes. No
entanto, tudo muda quando o caminho de Logan se cruza com o da jovem mutante
Laura, e ele acaba se vendo obrigado a cruzar os EUA em uma viagem de carro
para salvar a garota.

E esse é justamente o caso de Logan. O filme consegue ser
ao mesmo tempo um bom entretenimento e um bom filme dramático. O Wolverine
sempre foi um personagem extremamente interessante, cheio de camadas e
possibilidades de abordagem. No entanto, nenhum dos filmes anteriores do
mutante conseguiu explorar tanto o potencial do personagem. Alguns foram mais bem-sucedidos,
outros menos, porém o melhor Wolverine do cinema é sem dúvidas o que é mostrado
em Logan. No Logan de James Mangold o protagonista é aproveitado em todas as
suas facetas: herói, assassino, lobo solitário, “chucrão”, amargurado e
principalmente humano. Sim, essa é a versão mais humana do mutante, que ao
mesmo tempo em que é bruto e violento, é também triste e protetor.

O drama do filme também é intensificado bastante pelas
grandes atuações, que são um dos pontos altos do longa. O grande destaque fica
é claro com Hugh Jackman, que transmite muito bem toda a amargura de um homem
que sofreu muito na vida e que não tem mais vontade de viver. A grande atuação
de Jackman é ajudada e muito pela direção de Mangold que usa bastante dos close
ups para focar na expressão do ator. Sem falar na maquiagem muito bem-feita que
envelheceu o personagem com cicatrizes e rugas, mas sem deixar de mostrar a
expressão de Jackman.

Se já era esperado grandes atuações de atores consagrados
como Jackman e Stuart, o mesmo não se pode dizer da jovem Dafne Keen, que em
seu primeiro grande trabalho no cinema já impressiona apesar de ter apenas 12
anos. A atriz mirim transita muito bem por uma série de sentimentos diversos,
como medo, raiva, tristeza e amor. A relação dela com Logan e com o Professor
Xavier são responsáveis pelos momentos mais tristes e bonitos do filme.

Apesar desse deslize, o filme não perde muito em qualidade,
e muito menos em entretenimento. Com uma direção competente, grandes atuações e
uma abordagem visceral e realista, Logan é um dos melhores filmes de
super-herói dos últimos anos e até agora um dos melhores filmes de 2017. O
longa irá agradar tanto os exigentes fãs de quadrinhos, quanto quem queira
apenas uma boa diversão.
NOTA: 8,75
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