quinta-feira, 12 de maio de 2016

Capitão América: Guerra Civil





Os irmãos Russo se superaram, conseguiram o difícil feito de fazer algo melhor que o excelente Capitão América 2. Eles mostraram novamente que sabem filmar muito bem cenas de ação, que em Guerra Civil são um show à parte, com cortes rápidos e sensação real de movimento, fazendo o expectador imergir nas batalhas. Outro ponto positivo da direção foi a escala global que eles deram ao conflito, especialmente pelo filme se passar em várias cidades ao redor do mundo. Sempre quando começa uma cena em uma cidade diferente, é mostrado um plano geral do ambiente acompanhado do nome da cidade escrito em letras garrafais, lembrando muito nesse aspecto filmes de espionagem. Os diretores conseguiram incorporar o elemento de espionagem de Capitão América 2 em Guerra Civil, só que agora a escala é muito maior e a história mais grandiosa. Esse ar de filme de espião não é o centro da trama como no segundo longa do Capitão, mas ele auxilia e enriquece muito a história de Guerra Civil.

Outro fator que os irmãos Russo acertaram foi na dosagem das piadas. Os filmes da Marvel são muito contestados pelo uso excessivo de “piadinhas”, mas em Guerra Civil esse recurso é utilizado inteligentemente em momentos chaves. Os diretores e roteiristas encaixaram as piadas em momentos bem propícios, fazendo as funcionar como alívio cômico e não como parte essencial da história.

O único ponto negativo do filme é o Zemo. O vilão é muito fraco, não é nem carismático e nem impõe medo ou respeito. Apesar de ele ter uma certa importância para o desenrolar da história, Zemo é um personagem desinteressante. A Marvel poderia ter escolhido um vilão melhor, ou então ter feito o filme sem nenhum “cara mal”. O conflito principal é entre o time do Capitão e do Homem de Ferro, e o filme poderia se sustentar apenas com esse embate.

Quanto ao restante dos personagens, todos estão muito bem. Com destaque para o Homem de Ferro, e a atuação mais dramática e densa de Robert  Downey Jr no papel. O Personagem está amargurado por uma série de motivos e já não mostra mais tanto o seu lado debochado. Downey Jr consegue muito bem dar essa profundidade a Tony Stark, e mostrar toda a sua versatilidade de ator.

Outros personagens antigos da Marvel nos cinemas também estão bem. O Capitão América tem uma boa carga dramática e até um envolvimento amoroso. A Viúva Negra continua uma personagem interessante, com alguns conflitos e boa participação na trama. A Feiticeira Escarlate está em conflito por ainda não dominar completamente seus poderes, além da sua relação com o Visão que é bem legal. O Androide criado por Tony Stark continua muito bem interpretado pelo excelente Paul Bettany, e cada vez mais vai conhecendo e se adaptando ao mundo dos humanos. Outro destaque é o engraçadíssimo Homem Formiga, que apesar de aparecer pouco é um alívio cômico muito bom.

Falando em alívio cômico, o tão esperado Homem Aranha é excelente. Tom Holland, conseguiu acertar o meio termo entre a “nerdice” do Tobey Maguire e a “fanfarronice” do Andrew Garfield. No pouco tempo que aparece, o ator consegue ir muito bem tanto como Peter Parker, quanto como Homem Aranha.

Ainda sobre os personagens novos, o Pantera Negra é uma grata surpresa. O personagem é muito bem apresentado e construído. Seu poder e sua imponência impressionam, deixando os expectadores muito curiosos sobre o filme solo do herói.

Concluindo, Capitão América: Guerra Civil, cumpre perfeitamente a promessa de mostrar o embate entre o Capitão e o Homem de Ferro, ao mesmo tempo em que insere muito bem novos heróis, criando ganchos para os seus futuros filmes solo. Apesar de ter um vilão fraco, o filme na sua maior parte é excelente e já pode ser considerado como um dos melhores longas de super-heróis da história.







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