Os irmãos Russo se superaram, conseguiram
o difícil feito de fazer algo melhor que o excelente Capitão América 2. Eles
mostraram novamente que sabem filmar muito bem cenas de ação, que em Guerra
Civil são um show à parte, com cortes rápidos e sensação real de movimento,
fazendo o expectador imergir nas batalhas. Outro ponto positivo da direção foi
a escala global que eles deram ao conflito, especialmente pelo filme se passar
em várias cidades ao redor do mundo. Sempre quando começa uma cena em uma
cidade diferente, é mostrado um plano geral do ambiente acompanhado do nome da
cidade escrito em letras garrafais, lembrando muito nesse aspecto filmes de
espionagem. Os diretores conseguiram incorporar o elemento de espionagem de Capitão
América 2 em Guerra Civil, só que agora a escala é muito maior e a história
mais grandiosa. Esse ar de filme de espião não é o centro da trama como no
segundo longa do Capitão, mas ele auxilia e enriquece muito a história de
Guerra Civil.
Outro fator que os irmãos Russo acertaram
foi na dosagem das piadas. Os filmes da Marvel são muito contestados pelo uso
excessivo de “piadinhas”, mas em Guerra Civil esse recurso é utilizado
inteligentemente em momentos chaves. Os diretores e roteiristas encaixaram as
piadas em momentos bem propícios, fazendo as funcionar como alívio cômico e não
como parte essencial da história.
O único ponto negativo do filme é o Zemo. O
vilão é muito fraco, não é nem carismático e nem impõe medo ou respeito. Apesar
de ele ter uma certa importância para o desenrolar da história, Zemo é um
personagem desinteressante. A Marvel poderia ter escolhido um vilão melhor, ou
então ter feito o filme sem nenhum “cara mal”. O conflito principal é entre o
time do Capitão e do Homem de Ferro, e o filme poderia se sustentar apenas com
esse embate.
Quanto ao restante dos personagens, todos
estão muito bem. Com destaque para o Homem de Ferro, e a atuação mais dramática
e densa de Robert Downey Jr no papel. O
Personagem está amargurado por uma série de motivos e já não mostra mais tanto
o seu lado debochado. Downey Jr consegue muito bem dar essa profundidade a Tony
Stark, e mostrar toda a sua versatilidade de ator.
Outros personagens antigos da Marvel nos
cinemas também estão bem. O Capitão América tem uma boa carga dramática e até
um envolvimento amoroso. A Viúva Negra continua uma personagem interessante,
com alguns conflitos e boa participação na trama. A Feiticeira Escarlate está
em conflito por ainda não dominar completamente seus poderes, além da sua
relação com o Visão que é bem legal. O Androide criado por Tony Stark continua
muito bem interpretado pelo excelente Paul Bettany, e cada vez mais vai
conhecendo e se adaptando ao mundo dos humanos. Outro destaque é o engraçadíssimo
Homem Formiga, que apesar de aparecer pouco é um alívio cômico muito bom.
Falando em alívio cômico, o tão esperado
Homem Aranha é excelente. Tom Holland, conseguiu acertar o meio termo entre a
“nerdice” do Tobey Maguire e a “fanfarronice” do Andrew Garfield. No pouco
tempo que aparece, o ator consegue ir muito bem tanto como Peter Parker, quanto
como Homem Aranha.
Ainda sobre os personagens novos, o
Pantera Negra é uma grata surpresa. O personagem é muito bem apresentado e
construído. Seu poder e sua imponência impressionam, deixando os expectadores
muito curiosos sobre o filme solo do herói.
Concluindo, Capitão América: Guerra Civil,
cumpre perfeitamente a promessa de mostrar o embate entre o Capitão e o Homem
de Ferro, ao mesmo tempo em que insere muito bem novos heróis, criando ganchos
para os seus futuros filmes solo. Apesar de ter um vilão fraco, o filme na sua
maior parte é excelente e já pode ser considerado como um dos melhores longas
de super-heróis da história.
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