Depois de uma 1° temporada aclamada pelo público e pela
crítica, era difícil que a série mantivesse o alto nível na 2° temporada. No
entanto, a nova temporada de Demolidor conseguiu não só manter a qualidade do
primeiro ano como também melhorá-la em alguns aspectos.
O visual sombrio e soturno do 1° ano da série continua na
2° temporada. A quem diga que as cenas escuras atrapalham na hora das cenas de
luta, mas em minha opinião só ajudam a ambientar melhor o expectador, afinal o
personagem é um herói que vive nas sombras. Falando sobre as cenas de luta, as
coreografias de combate e a direção das mesmas continuam muito boas. Com
destaque para a sensacional cena filmada em plano sequência no 3° episódio,
quando o Demolidor enfrenta vários motociclistas na escada de um prédio. Sendo
que para mim essa cena consegue o feito de superar a cena do corredor na 1°
temporada.
A grande novidade dessa temporada foi a inserção de novos
personagens bastante conhecidos do universo do Demolidor nas HQs, Justiceiro e
Elektra. Tais personagens se encaixaram muito bem na história, e dividiram
muito bem a cena com o protagonista, algumas vezes até roubando a cena. O
Justiceiro, por exemplo, foi muito bem interpretado por Jon Bernthal, que
parece ter nascido para o papel. O ator faz muito bem esse papel de cara durão,
bruto e bad ass, assim como já havia
demonstrado ao viver Shane em Walking Dead. Já Elektra foi muito bem vivida
pela atriz Elodie Young, que faz uma personagem infinitamente mais interessante
que a Elektra de Jenifer Garner no filme Demolidor: O homem sem medo. Na série
o seus lados sensual e assassina são muito mais abordados, se assemelhando mais a
personagem dos quadrinhos.
A relação desses dois personagens com Matt Murdock foi para
mim o ponto alto dessa temporada. O embate das duas visões de como combater o crime
foi muito interessante. De um lado o Demolidor com os seus valores cristãos que
não o permitem matar os inimigos, e de outro lado Justiceiro e Elektra com os
seus métodos “pouco ortodoxos” de acabar com os adversários. O conflito interno
do protagonista sobre usar a violência para combater o crime que foi muito bem trabalhado na 1° temporada,
foi amplificado nessa nova temporada com esses personagens que têm visões
totalmente opostas a dele.
Falando ainda sobre a trama, percebe-se que cada vez mais
são incluídos elementos de um aspecto mais místico do Demolidor. Esse universo
mais mágico parece que terá cada vez mais espaço na história, o que pode ser um
ponto negativo para quem gosta de histórias mais realistas.
Quanto as semelhanças com as HQs, as referências e o fã service
continuam em voga na 2° temporada. Especialmente no episódio final em qual são
dadas várias pistas sobre o que virá a
seguir na série. No entanto, essas referências conhecidas só pelos leitores não
atrapalham de forma nenhuma a experiência do expectador que não conhece as
revistas. Demolidor continua atingindo a difícil proeza de agradar tanto o grande
público quanto os fãs de quadrinhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário