sexta-feira, 8 de abril de 2016

The River




A série começa quando Dr. Emmet Cole, famoso explorador e apresentador de um 
programa sobre natureza selvagem (espécie de Richard Rasmussem ou Steve Irwin) se perde em uma aventura na floresta amazônica. Depois de 6 meses de desaparecimento, seu filho Lincoln decide partir em uma missão nos confins da Amazônia em busca do pai. Mas o detalhe é que ele partirá acompanhada de uma equipe de TV que irá documentar a busca para transformá-la em um programa televisivo. No entanto, Lincoln e seu grupo vão descobrindo aos poucos que o desaparecimento do Dr. Emmet está ligado a acontecimentos misteriosos e sobrenaturais da floresta.
A premissa misteriosa e mágica já torna a série interessante. Some ainda o fato de ser produzida por Steven Spielberg, e também ser um found footage (quando o filme é filmado como documentário, como por exemplo Bruxa de Blair). Este último recurso é usado de uma forma muito inteligente na série. Como na história o grupo de cinegrafistas está fazendo um documentário sobre a busca ao Dr. Emmet, faz todo o sentido o diretor mostrar The River também como se fosse um documentário. É uma metalinguagem muito interessante, que aumenta o suspense e o terror da série.
No entanto, The River não se prende apenas ao terror e ao suspense. Ao mesmo tempo que tentam desvendar os mistérios da floresta e encontrar o explorador, os personagens também tem que lidar com os seus conflitos pessoais e resolver problemas de relacionamento com os outros membros do grupo. Lincoln por exemplo, tem problemas com o pai que ele está procurando. Percebe-se neste ponto uma certa semelhança com o seriado Lost, que também se construiu em torno do mistério, dos conflitos internos dos personagens e das dificuldades da convivência em grupo. No entanto, é bom frisar que apesar de ser uma boa série, The River não chega nem perto da complexidade dos personagens de Lost, que são muito mais interessantes.
Esse é um ponto que a série fica devendo um pouco. Apesar dessa questão interessante do autoconhecimento a partir da busca pelo desconhecido, alguns personagens não são bem desenvolvidos, tornando-os pouco interessantes. Fica evidente que o ponto forte de The River é o suspense e o terror, talvez por isso não tenham se preocupado tanto com os personagens.
Outro ponto negativo que sofreu muitas críticas foi o fato dos nativos da floresta amazônica falarem espanhol, sendo que a história se passa na região da Amazônia que fica no Brasil. Soma-se ainda o fato que os índios parecem praticar cultos africanos e não os realizados pelos verdadeiros índios daquela região. Os americanos mostram mais uma vez que ou não conhecem nada da cultura latino-americana ou então não fazem questão nenhuma de conhecer.
Tirando as falhas citadas acima The River é sim uma boa série. É competente no que se propõe, que é transportar o expectador para aquele mundo misterioso, sobrenatural e aterrorizante. No entanto, apesar de receber boas críticas nos EUA a série foi cancelada logo na primeira temporada devido à baixa audiência. Chegou a correr um boato que a Netflix tinha interesse de produzir uma nova temporada, mas as negociações acabaram não indo para frente.
Se podemos tirar algum pró desse cancelamento, é que para quem ainda não conhece The River e tem vontade de assistir, não irá gastar muito tempo. Além de possuir apenas uma temporada a série tem só 8 episódios. Dá para ver tranquilamente em um final de semana. Portanto, se você gosta de supense e terror não deixe de conferir a série!






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