A série começa quando Dr. Emmet Cole, famoso
explorador e apresentador de um
programa sobre natureza selvagem (espécie de
Richard Rasmussem ou Steve Irwin) se perde em uma aventura na floresta amazônica.
Depois de 6 meses de desaparecimento, seu filho Lincoln decide partir em uma
missão nos confins da Amazônia em busca do pai. Mas o detalhe é que ele partirá
acompanhada de uma equipe de TV que irá documentar a busca para transformá-la
em um programa televisivo. No entanto, Lincoln e seu grupo vão descobrindo aos
poucos que o desaparecimento do Dr. Emmet está ligado a acontecimentos
misteriosos e sobrenaturais da floresta.
A
premissa misteriosa e mágica já torna a série interessante. Some ainda o fato
de ser produzida por Steven Spielberg, e também ser um found footage (quando o
filme é filmado como documentário, como por exemplo Bruxa de Blair). Este
último recurso é usado de uma forma muito inteligente na série. Como na
história o grupo de cinegrafistas está fazendo um documentário sobre a busca ao
Dr. Emmet, faz todo o sentido o diretor mostrar The River também como se fosse
um documentário. É uma metalinguagem muito interessante, que aumenta o suspense
e o terror da série.
No
entanto, The River não se prende apenas ao terror e ao suspense. Ao mesmo tempo
que tentam desvendar os mistérios da floresta e encontrar o explorador, os
personagens também tem que lidar com os seus conflitos pessoais e resolver
problemas de relacionamento com os outros membros do grupo. Lincoln por
exemplo, tem problemas com o pai que ele está procurando. Percebe-se neste
ponto uma certa semelhança com o seriado Lost, que também se construiu em torno
do mistério, dos conflitos internos dos personagens e das dificuldades da
convivência em grupo. No entanto, é bom frisar que apesar de ser uma boa série,
The River não chega nem perto da complexidade dos personagens de Lost, que são
muito mais interessantes.
Esse
é um ponto que a série fica devendo um pouco. Apesar dessa questão interessante
do autoconhecimento a partir da busca pelo desconhecido, alguns personagens não
são bem desenvolvidos, tornando-os pouco interessantes. Fica evidente que o
ponto forte de The River é o suspense e o terror, talvez por isso não tenham se
preocupado tanto com os personagens.
Outro
ponto negativo que sofreu muitas críticas foi o fato dos nativos da floresta amazônica
falarem espanhol, sendo que a história se passa na região da Amazônia que fica
no Brasil. Soma-se ainda o fato que os índios parecem praticar cultos africanos
e não os realizados pelos verdadeiros índios daquela região. Os americanos
mostram mais uma vez que ou não conhecem nada da cultura latino-americana ou
então não fazem questão nenhuma de conhecer.
Tirando
as falhas citadas acima The River é sim uma boa série. É competente no que se propõe,
que é transportar o expectador para aquele mundo misterioso, sobrenatural e aterrorizante.
No entanto, apesar de receber boas críticas nos EUA a série foi cancelada logo
na primeira temporada devido à baixa audiência. Chegou a correr um boato que a
Netflix tinha interesse de produzir uma nova temporada, mas as negociações
acabaram não indo para frente.
Se
podemos tirar algum pró desse cancelamento, é que para quem ainda não conhece
The River e tem vontade de assistir, não irá gastar muito tempo. Além de possuir
apenas uma temporada a série tem só 8 episódios. Dá para ver tranquilamente em
um final de semana. Portanto, se você gosta de supense e terror não deixe de
conferir a série!
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