sábado, 18 de março de 2017

Os 5+: Filmes de Steven Spielberg


Reconhecido como um dos diretores de maior sucesso em Hollywood, Spielberg já ganhou 2 Oscars de melhor direção, além de ter emplacado vários filmes aclamados pelo público e pela crítica. Além disso, o cineasta também se destaca pela sua grande versatilidade, sendo capaz de fazer desde divertidos blockbusters, até filmes mais dramáticos e sérios.  Spielberg obteve êxito em praticamente todos os gêneros em que transitou ao longo da carreira, produzindo grandes filmes de aventura, ficção científica, guerra, suspense e drama.

Por conta da sua extensa filmografia (mais de 30 filmes como diretor), e da elevada qualidade da maioria das suas obras, a tarefa de escolher os 5 melhores filmes do cineasta não foi nada fácil. No entanto, topamos o desafio e resolvemos fazer os 5+ do diretor! Confira abaixo!





5° TUBARÃO (1975)



A história do filme gira em torno da caçada a um tubarão que anda apavorando uma turística e tranquila cidade litorânea dos EUA. Depois de atacar várias pessoas que se banhavam nas praias da cidadezinha, um xerife, um especialista em tubarões e um pescador maluco decidem partir em uma jornada em alto mar para capturar a temida criatura.

Filme que alçou o diretor ao estrelato, Tubarão é um dos filmes mais revolucionários e influentes da história da sétima arte. O longa é considerado o 1° blockbuster de Hollywood, tendo levado quase 250 milhões de pessoas ao cinema em todo o mundo. Além disso, Spielberg inovou na linguagem, ao mostrar o tubarão pouquíssimas vezes durante o filme, fato que aliado com a marcante trilha sonora de John Willians ajudou a criar um suspense aterrorizante.

O longa venceu 3 Oscars, nas categorias de Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição e Melhor Som. Além de ter sido indicado na categoria de Melhor Filme.





4° E.T (1982)


O longa conta a história de amizade entre o menino Elliot e um extraterrestre perdido no planeta terra. Elliot ajuda o ET a fugir das autoridades americanas que estão atrás dele para realizar experimentos científicos.

Apesar da história aparentemente simples, E.T é um filme extremamente divertido, emocionante e bonito. Contando com umas das cenas e das falas mais emblemáticas da história do cinema. Afinal, quem não se lembra da cena da bicicleta com a lua de fundo, e do E.T falando: “E.T go home”?

Além de ter sido um enorme sucesso de bilheteria, sendo o 2° filme a ultrapassar a marca de 700 milhões de dólares de arrecadação, E.T também foi aclamado pela crítica. Tendo recebido 4 Oscars nas categorias de Melhor Trilha Sonora, Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Som. Além de ter sido indicado em outras 5 categorias: Melhor Filme, Diretor, Fotografia, Roteiro Original e Edição.





3° PRENDA-ME SE FOR CAPAZ (2002)


O filme conta a história real de Frank Abgnale Jr (Leonardo DiCaprio)., um golpista americano que praticava fraudes financeiras e se passava por outras pessoas.  A trama gira em torno dos truques de Abganle e do jogo de gato e rato entre ele o policial Carl Hanratty (Tom Hanks), que passa todo o filme tentando captura-lo.

Apesar de não ter tido uma grande bilheteria e muito menos ter sido indicado a grandes prêmios, Prenda-me Se Fo Capaz é um filme que consegue mesclar muito bem comédia com drama, com um roteiro muito afiado e com um grande elenco que inclui além de DiCaprio e Hanks, Christopher Walker, Martin Sheen e Amy Adams.

O filme é certamente um dos mais divertidos e interessantes trabalhos do diretor, e merecia um maior reconhecimento da academia. Sendo que foi indicado “apenas” em 2 categorias: Melhor ator coadjuvante para Christopher Walken, e Melhor Trilha Sonora. No entanto, o longa é muito bem avaliado em sites que agregam críticas de filmes, tendo 96% de aprovação no Rotten Tomatoes.





2° O RESGATE DO SOLDADO RYAN (1998)



O filme que se passa durante a segunda guerra mundial, conta a história de um pelotão do exército americano que desembarca na Normandia com a missão resgatar o soldado James Francis Ryan.

Quem acompanha o Grillo Review sabe que para nós O Resgate do Soldado Ryan é o Melhor filme de guerra da história, tendo ficado em 1° lugar nos 5+ Filmes de Guerra. E não para menos, o longa tem tudo que um bom filme de guerra deve ter, emoção, personagens carismáticos, drama e principalmente grandes cenas de combate. E aliás, grandes cenas de combate é o que não falta no filme. A sequência inicial do desembarque das tropas americanas sendo recebidas a bala pelo exército inimigo já se tornou icónica. O filme criou um novo padrão de como se fazer filmes de guerra, utilizando muito da violência brutal, ação alucinante e da ausência de som para atenuar o drama dos personagens. Enfim, quase 100% dos filmes de guerra que vieram na sequência seguiram essa fórmula.

Além de ter sido um sucesso de bilheteria, O Resgate do Soldado Ryan recebeu grande reconhecimento da crítica e também da academia. Tendo sido indicado a incríveis 11 estatuetas e tendo vencido 5 delas: Melhor Diretor, Fotografia, Edição, Edição de Som e Mixagem de Som.






1° A LISTA DE SCHINDLER (1993)



O filme conta a história real de como o empresário alemão Oskar Schindler ajudou a salvar a vida de mais de mil judeus durante a segunda guerra mundial.

Essa é sem dúvidas a obra prima de Spielberg. É o filme mais artístico, emocionante e impactante do diretor. E olha que isso não é pouca coisa, já que estamos falando de um dos maiores cineastas da história de Hollywood. Com uma fotografia impressionante, em preto e branco, mas com alguns objetos vermelhos, o filme é uma aula de estética. A menina de casaco vermelho em meio a todo o resto em preto e branco é uma imagem poderosíssima, que certamente ficou eternizada. Sem falar no alto componente dramático da trama, criado pela magistral direção de Spielberg e também pelas grandes atuações de Liam Neeson, Ralph Fiennes e Ben Kingsley.

Esse foi o filme mais premiado do diretor, tendo sido indicado a 12 Oscars e  tendo vencido em 7 categorias: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora, Edição, Fotografia e Direção de Arte.








sábado, 11 de março de 2017

Logan


A exemplo de Batman: Cavaleiro das Trevas, Watchmen, Deadpool e Capitão América: Soldado Invernal, Logan transcende o gênero de filme de super-herói. O longa funciona muito bem também como um road movie, e principalmente como um drama.

Dirigido por James Mangold, o filme é a despedida de Hugh Jackman do papel que o consagrou em Hollywood. A história se passa em 2024, onde um Logan mais velho, debilitado fisicamente e amargurado pelo passado, vive na surdina depois da quase extinção dos mutantes. Ele acaba se tornando um motorista de limusine para se sustentar e também ao Professor Xavier, que se tornou um velho doente e que não consegue mais controlar os seus poderes. No entanto, tudo muda quando o caminho de Logan se cruza com o da jovem mutante Laura, e ele acaba se vendo obrigado a cruzar os EUA em uma viagem de carro para salvar a garota.

A despedida de Jackman do papel não poderia ter sido melhor. Com direito ao melhor filme do mutante já produzido. Logan é disparado o melhor filme do Wolverine no cinema, e possivelmente também o melhor do universo dos X-Men. Conforme dito no 1° parágrafo, o filme consegue o raro feito de ultrapassar o gênero de filme de herói, e é isso que o torna tão bom. Não que ser apenas um filme de super-herói seja algo ruim, pelo contrário,
existem excelentes filmes que se concentram 100% no gênero, como  Vingadores, os Batman de Tim Burton e o 2 primeiros Homem Aranha de Sam Raimi. No entanto, quando uma obra, seja ela um filme, um livro ou desenho ultrapassa os limites do seu próprio gênero, essa obra se torna algo maior, mais rico e consequentemente mais interessante.

E esse é justamente o caso de Logan. O filme consegue ser ao mesmo tempo um bom entretenimento e um bom filme dramático. O Wolverine sempre foi um personagem extremamente interessante, cheio de camadas e possibilidades de abordagem. No entanto, nenhum dos filmes anteriores do mutante conseguiu explorar tanto o potencial do personagem. Alguns foram mais bem-sucedidos, outros menos, porém o melhor Wolverine do cinema é sem dúvidas o que é mostrado em Logan. No Logan de James Mangold o protagonista é aproveitado em todas as suas facetas: herói, assassino, lobo solitário, “chucrão”, amargurado e principalmente humano. Sim, essa é a versão mais humana do mutante, que ao mesmo tempo em que é bruto e violento, é também triste e protetor.

Alíás, o grau de realismo é um ponto em que o filme acertou bastante. Além da profundidade do protagonista, o longa estende o realismo para a abordagem dos outros personagens principais, e principalmente para a forma em que a violência é mostrada. As sequências de ação são muito boas, com um alto grau de violência nua e crua, em que são mostrados membros sendo decepados e muito derramamento de sangue. Esse é outro ponto em que Logan se difere dos outros filmes da franquia dos X-Men. O longa é extremamente violento, e não faz questão nenhuma de glorificar a violência, pelo contrário, ela é usada como um instrumento importante para intensificar o drama do filme.

O drama do filme também é intensificado bastante pelas grandes atuações, que são um dos pontos altos do longa. O grande destaque fica é claro com Hugh Jackman, que transmite muito bem toda a amargura de um homem que sofreu muito na vida e que não tem mais vontade de viver. A grande atuação de Jackman é ajudada e muito pela direção de Mangold que usa bastante dos close ups para focar na expressão do ator. Sem falar na maquiagem muito bem-feita que envelheceu o personagem com cicatrizes e rugas, mas sem deixar de mostrar a expressão de Jackman.

Apesar da grande atuação de Hugh Jackman, Patrick Stuart como o Professor Xavier e Dafne Keen como Laura também estão muito bem. Stuart já demostrou em vários outros papeis que é um grande ator, mas a exemplo de Hugh Jackman, Logan foi a melhor oportunidade de mostrar todo o seu potencial na franquia dos mutantes. O ator consegue passar muito bem a ideia que o professor já não é mais o mesmo, sofrendo de uma certa demência, descontrolado, mais ao mesmo tempo mantendo a essência bondosa do personagem dos outros filmes.

Se já era esperado grandes atuações de atores consagrados como Jackman e Stuart, o mesmo não se pode dizer da jovem Dafne Keen, que em seu primeiro grande trabalho no cinema já impressiona apesar de ter apenas 12 anos. A atriz mirim transita muito bem por uma série de sentimentos diversos, como medo, raiva, tristeza e amor. A relação dela com Logan e com o Professor Xavier são responsáveis pelos momentos mais tristes e bonitos do filme.

Apesar de ter uma infinidade de pontos positivos, o filme não é perfeito. O roteiro que é muito competente para construir os personagens principais, falha em relação aos coadjuvantes e principalmente em relação ao vilão do filme. Os personagens secundários e o vilão têm pouca profundidade, não são carismáticos e consequentemente não são muito interessantes. Em relação ao vilão, a ideia que dá é que a história poderia ter sido desenvolvida sem ele. O drama de um Logan debilitado e amargurado é muito mais forte que as barreiras impostas pelo antagonista. É claro que o roteiro precisava de um chamado para a ação (momento da história em que algo acontece para chamar o protagonista relutante para a aventura), no entanto, poderia ter sido pensada uma solução melhor, ou então um vilão mais profundo e interessante.

Apesar desse deslize, o filme não perde muito em qualidade, e muito menos em entretenimento. Com uma direção competente, grandes atuações e uma abordagem visceral e realista, Logan é um dos melhores filmes de super-herói dos últimos anos e até agora um dos melhores filmes de 2017. O longa irá agradar tanto os exigentes fãs de quadrinhos, quanto quem queira apenas uma boa diversão.


NOTA:  8,75