quarta-feira, 11 de maio de 2016

Skins




Skins é uma série escrita por Bryan Elsley e James Britain, e conta a história de uma turma de adolescentes britânicos durante os últimos anos do colegial. A série foi exibida entre 2007 e 2013, e teve 7 temporadas. A cada 2 temporadas há um grupo de garotos/as diferentes, sendo que o programa teve ao todo 3 diferentes elencos, além de uma última temporada que conta a história de alguns personagens antigos já mais velhos.

À primeira vista pode até parecer uma espécie de “malhação britânica”, mas a série inglesa vai muito além da superficialidade da produção brasileira, abordando temas complexos e polêmicos como: uso de drogas, sexo, violência, morte, problemas familiares, transtornos mentais, homossexualismo e androginia. Skins trabalha todos esses temas pesados muito bem, com um nível incrível de realismo de uma forma extremamente impactante.

 O roteiro é muito bom e consegue se aprofundar em todos os personagens da série. Isso porque cada episódio tem foco em um determinado personagem. Assim ficamos conhecendo melhor sobre as motivações de cada um e consequentemente é criada uma empatia com o expectador. Sendo que um personagem que à primeira vista é cruel ou antipático, se torna mais compreendido e até amado pela audiência na medida em que é desenvolvido em seus capítulos próprios. Essa sacada dos roteiristas é muito boa, pois torna a trama e os personagens muito verossímeis, uma vez que na vida real a sua percepção sobre qualquer pessoa varia muito de acordo com o nível de intimidade que você tem com ela.

É também interessante como Skins desconstrói uma série de estereótipos de adolescentes, como: o cara popular, a patricinha, o nerd, o bad boy, a esquisita, o gay/lésbica. Com o desenrolar da trama a série vai se aprofundando cada vez mais nos personagens, e o cara que parecia ser apenas um bad boy se mostra um grande amigo, com conflitos internos e sentimentos reprimidos, em outras palavras, uma pessoa de verdade com fraquezas e qualidades. As atuações são muito boas e ajudam ainda mais a criar uma identificação com os personagens. Os atores têm interpretações muito próximas de como é na realidade o comportamento de um adolescente de classe média.

Vale ressaltar alguns personagens de destaque na série. Como por exemplo o delinquente Cook, que tem duas faces muito distintas, sendo que o personagem alterna muito entre momentos de extrema raiva e violência, ao mesmo tempo em que possui um lado mais brincalhão e amigo. Outro personagem muito dualista é Tony, um garoto popular adorado pelos amigos, pelas garotas e professores, mas que esconde uma certa insatisfação com esse mundo perfeito. Falando sobre as personagens femininas, Effy e Franky são na minha opinião os destaques da série. Ambas sofrem de sérios conflitos internos, enquanto Effy apesar de ser bonita e popular tem problemas para expressar os seus sentimentos e possui dificuldade de se relacionar com as pessoas, Franky gosta de se vestir como homem e é muito introspectiva devido ao bullying que sofre na escola.
 
Resumindo, Skins é uma série muito bem escrita, com personagens interessantíssimos e grandes atuações. O programa tem um grande nível de realismo ao abordar o cotidiano dos adolescentes, e por conta disso possui uma história muito pesada, o que pode ser um problema para que tem o “estômago fraco” e se impressiona facilmente. No entanto, se você gosta dessa abordagem mais densa e profunda Skins é sem dúvida uma excelente pedida.






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