terça-feira, 3 de maio de 2016

Vikings: 4° Temporada (1° parte)



A 4° temporada de Vikings apresentou uma grande mudança em relação as temporadas anteriores. Se nos três primeiros anos tivemos entre 9 e 10 episódios por temporada, agora temos 20 capítulos divididos em duas partes com 10 episódios cada, sendo que a 1° parte acabou de ser exibida, enquanto a 2° parte só vai ao ar no fim do ano. Mas qual é a diferença entre uma temporada ter 10 ou 20 capítulos? A questão é que é difícil manter um bom ritmo narrativo na trama com tantos episódios, sem falar que é complicado criar dois clímax bons para cada parte da temporada. Infelizmente a 1° parte da 4° temporada de Vikings não foi uma exceção à regra, arrastada e com muita “encheção de linguiça” a primeira metade da nova temporada foi uma decepção.

A trama dessa 1° parte da 4° temporada foi muito fraca, sem grandes acontecimentos. O expectador viu três núcleos de personagens que tiveram pouca interação entre si. Os vikings, os franceses e os ingleses tiveram histórias quase que independentes um do outro, com exceção para um breve contato dos Vikings com os Parisienses em duas curtas batalhas. As lutas por sinal, foi um outro ponto que a série deixou a desejar. Enquanto que nas 3 primeiras temporadas tivemos cenas de batalha sensacionais, o mesmo não se pode dizer dessa 1° parte da nova temporada, sendo que a luta que em tese seria a principal, no último episódio, foi apenas mediana quando comparada ao padrão que Vikings estabeleceu ao longo dos anos.

Falando ainda sobre a luta final, ela falhou totalmente em entregar um grande clímax para essa 1° parte da 4° temporada. Primeiro que não foi uma batalha lá muito emocionante, segundo porque não cumpriu o que o final da 3° temporada prometeu, o embate definitivo entre os irmãos Ragnar e Rollo, que acabou sendo postergado para a segunda parte da temporada. Esse aliás, é um problema diretamente ligado com a extensão no número de episódios e com a divisão da temporada. Como fazer um clímax decente sendo que a série ainda tem ainda mais 10 episódios? Fica bem difícil, especialmente porque você não pode definir muitas coisas, ou então matar personagens importantes ainda na 1° parte sem acabar comprometendo a 2° parte.

Outro ponto negativo foi o arco da maioria dos personagens. Foram inseridos alguns novos personagens que na minha opinião são pouco interessantes e não acrescentaram em quase nada para a trama. Como por exemplo o rei viking Harald e o seu irmão, que não interferiram em praticamente nada na história. A esperança é que eles tenham um papel maior na 2° parte. Outro exemplo é a escrava chinesa Yudu, que apesar de ser relativamente interessante não disse muito a que veio, exceto em uma pequena parte na interação dela com Ragnar, mas no geral foi apenas um personagem avulso.

Quanto aos personagens antigos, vale o mesmo dos novos, tirando um ou outro. Ragnar por exemplo, estava meio deslocado mesmo sendo o protagonista. Dá até para entender que o personagem estava desmotivado após alguns incidentes da 3° temporada e por isso não foi aquele Ragnar destemido que conhecemos, mas mesmo assim o protagonista foi mal aproveitado pelos roteiristas. Quanto aos personagens secundários, também existem alguns que estão deslocados da trama. Por exemplo o misterioso Harbard, que além de ser na minha opinião um personagem chato, tem sempre as mesmas cenas repetitivas e que não se entrelaçam com a trama principal. Porém, em relação a esses personagens “avulsos”, a série acertou em matar alguns que se arrastavam a tempos, que não revelarei os nomes para evitar spoilers.

Falando ainda sobre o arco dos personagens, há algumas exceções que a série acertou. O principal foi sem dúvida o desenvolvimento do Bjorn nessa 1° metade, o personagem ficou mais forte e ganhou muita importância na história. Sendo que há grandes chances de ele inclusive assumir como protagonista futuramente, visto que Ragnar vem perdendo espaço gradativamente, na medida em que Bjorn cresce na trama. Outro que esteve muito bem nessa 1° parte da 4° temporada foi Rollo, que ganhou grande importância ao assumir de vez o papel de antagonista. Sem falar que foi muito engraçado ver o brutamontes se esforçando para se adaptar a língua e os costumes da corte francesa. Por fim, outros dois personagens que tiveram um bom destaque foram o rei de Wessex, Ecbert e a sua nora. Enquanto o primeiro mostrou ainda mais o seu lado manipulador, a segunda ganhou um certo empoderamento e se tornou uma personagem mais interessante.

Aliás, os núcleos de Wessex e de Paris foram os destaques dessa 1° parte da 4° temporada. Enquanto o núcleo principal dos vikings ficou devendo, o mesmo não se pode dizer dos núcleos da Inglaterra e da França. Em Wessex e em Paris vimos duas boas tramas políticas recheadas de personagens e situações interessantes.


Por fim, apesar da grande quantidade de falhas nessa 1° parte da 4° temporada, há ainda alguns motivos para se ter esperança na 2° metade. Primeiro, porque o tão esperado duelo final entre os irmãos Ragnar e Rollo foi prorrogado e tudo leva a crer que os roteiristas seguraram esse “grande clímax” para os próximos 10 episódios. Segundo, porque após um salto no tempo na narrativa fomos apresentados aos irmãos mais novos de Bjorn já adolescentes, aparentando que eles terão grande participação nessa 2° parte, sem falar que o Ivar parece ser um personagem bem interessante. Fica então a nossa torcida para que a série retome o caminho da essência que a fez um sucesso!



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